sábado, 30 de junho de 2012

Vintage Ships: Rotterdam de 1959

Quando foi construído o Rotterdam possui o casco cinza com somente uma pequena faixa amarela. 
Uma das maiores "grand ladies" da navegação mundial, assim pode ser definido o Rotterdam de 1959. O navio, que mais tarde seria conhecido como Rembrandt, é um grande liner da época áurea da navegação transatlântica.

Na época em que foi construído, tinha como objetivo, assim como vários outros, como o Camberra, e o France/Norway, cumprir as linhas entre a Europa e a América, os EUA. Porém, com o advento da aviação comercial, teve que se adaptar aos novos tempos, e assim como vários outros navios, passou a oferecer cruzeiros. 
Mais tarde o casco do navio foi pintado de azul. 
E assim foi, até 1997, foi um dos mais famosos navios de cruzeiro do mundo, levando a imagem da Holland America Line. Em todo mundo, seja por seu design inusitado, ou por sua imponência, o navio é sempre lembrado quando o assunto é grandes navios do passado. 

No Brasil não poderia ser diferente. Além de ter passado pelo Brasil algumas vezes, ainda a serviço da Holland America, o navio fez duas temporadas no Brasil pela Premier Cruises, entre 1997 e 1999. Na época, o navio marcou época por conta de seu serviço e instalações refinadas, e ainda hoje é lembrado como um dos mais interessantes navios a fazer temporadas no país. 
Quando veio a Santos, o navio já possuía, porém, com um tom diferente do da época que usava quando navegava para a HAL.  
Um dos brasileiros que teve a oportunidade de conhecer o navio, ainda que fora do Brasil, é o jornalista Sérgio Oliveira, que nos deixa o interessante depoimento sobre sua experiência no navio. Confira:

"A primeira vez que eu vi o Rotterdam, por volta de 1987/88, se tornou uma ocasião inesquecível por dois acidentes do acaso. Eu estava a bordo de um cargueiro, em meio ao seu carregamento, cujo comandante era um holandês de humor flutuante. 
Aqui é visto no antigo Terminal de Passageiros de Santos, a Casa do Café, no Armazém 15. 
Era de manhã mas não muito cedo. Na hora que eu cheguei na cabine do comandante, o Rotterdam começava a passar a bombordo, chegando ao porto. Fomos ambos para a ponte, vê-lo passar e ali ficamos uns minutos até que o navio se aproximasse do seu ponto de atracação.

Eu já sabia de sua existência e dos seus itinerários há muito tempo, mas vê-lo ao vivo foi algo inesquecível.

Na temporada 1997/1998 fez doze viagens com embarque em Santos, haviam roteiros para o Nordeste e o Prata, e até um mini-cruzeiro. 
Dado que fomos a ponte, eu achei que o comandante estava interessado em ver o navio ou por este ser holandês, ou pelo lendário navio de passageiros que se tornara. Embalado nesta idéia eu lhe perguntei se ele gostaria de ser comandante de um navio assim. A resposta veio rápida e seca: "Não… a carga fala." Me fez rir e assim ganhou lugar na minha memória daqueles anos.

Qual foi a a minha impressão do navio naquele momento? A mesma que teria por vários anos: que ele era um navio estranho por fora. Parecia que algo havia cortado pedaços inteiros dos decks superiores a popa. Faltava uma chaminé própria, central ou dupla. Mas estranhamente, navegando assim lento, ele tinha uma elegância e uma certa majestade.

O navio foi adquirido pela Premier Cruises e renomeado Rembrandt em 1997. 
Sai do navio, e na volta para a agencia decide ir dar uma olhada no Rotterdam atracado. Infelizmente, naquele dia, só teria tempo para isso dado que as tarefas eram muitas e o tempo curto. Ao ve-lo atracado, a segunda marca em minha memória foi descobrir que o acesso ao navio se dava não por uma ou mais escadas se elevando aos decks principais mas sim por uma rampinha, curta, que se ajustava a um dos decks mais próximos do cais. Era irônico um navio grande como aquele estar ‘ligado’ ao cais por algo tão pequeno. Foi a primeira vez que veria algo que mais de quinze anos mais tarde se tornaria quase que padrão em navios de cruzeiro.

Lembro também da cor do casco, um azul denso que quase parecia preto mas tinha como que uma camada de poeira por cima. Era um efeito fosco que raramente havia visto então.

Acho que ele estava em um dos seus lendários cruzeiros de volta ao mundo. Vinha só com passageiros em transito, e partiria em algumas horas. A Holland America não havia sido vendida a Carnival ainda, e o Rotterdam ainda era o ‚nau-capitanea’ da frota.

Navegou pela Premier Cruises até 2000, quando a companhia faliu. 
Dez anos se passariam até que eu o encontrasse de novo. Lembro da manhã de sol em Southampton, do leve atraso ao navio chegar, de espera-lo no cais do Ocean Terminal (utilizado pela Cunard e que me pareceu mais adequado a receber um ex-transatlântico de carreira do que o Mayflower Terminal que sempre me pareceu mais P&O e carreira da Ásia). Naquele dia aquele trecho de cais, que vai da ponta mais ao sul do porto, olhando o Solent em direção a Portsmouth, até aonde o Titanic um dia atracou, passando por onde existiu o mais famoso Ocean Terminal (do qual só restavam na época parte da escada de acesso da plataforma ferroviária), estava vazio. O sol se fortalecia e a superficie do Solent reluzia.

E eis que de repente eu o vejo, agora com o nome de Rembrandt, avançando lentamente em direção ao cais, ainda com o casco de uma cor escura, mas já uma pintura mais padrão do que a que vira na primeira vez.

Me continuava sendo um navio de porte estranho. Mas logo ele atracou e tendo chegado em lastro, sem passageiros, em alguns minutos estávamos na rampa de acesso a bordo (não mais a pequena rampa, perto do cais, mas a própria rampa do terminal que nos deixava em um dos seus promenade decks).

O Rotterdam/Rembrandt tem um estilo de desenho diferente da maioria de todos os outros navios, a começar pelas chaminés, que são inspiradas nas do Eugenio C.
A nossa guia na visita, uma das muitas funcionárias do navio, ali nos recebeu e nos conduziu primeiro ao Club Carlton, que tinha tanto renome entre os passageiros fiéis da HAL como o próprio navio tivera. Ali eu comecei a entender a magia daquele navio: ele estava, praticamente, do mesmo jeito como quando fora lançado em 1959. Móveis reformados e carpetes novos, mas todo o esquema de decoração seguindo as cores, e em vários casos os materiais, originais. Era entrar em uma máquina do tempo e entender porque o navio, nos tempos de HAL, vivia lotado: passar dias ali era escapar um pouco os dias modernos, era relembrar épocas mais serenas no mundo e na navegação.

Os decks eram de teak, bem cuidados e um prazer de serem vistos. Algumas partes, cobertas, lembrando outros navios ainda mais antigos. As cabines eram amplas e com muita madeira na decoração dando uma sensação de harmonia e aconchego nos dias mais frios. No Queen’s Lounge ainda havia o abat-jour fixo sob o qual a Rainha da Holanda fazia seu tricot ou lia nas travessias. No Ambassador’s Club ainda havia aquela atmosfera de ‘boite’ dos anos 60.

Após um longo período de abandono e posteriormente de reformas, o Rotterdam foi recebido na cidade de mesmo nome em 2008. 
Almoçamos em um restaurante que, como em quase todo transatlantico que se preze, ficava nos decks baixos do navio. Tinha um teto alto, cores harmoniosas, e ainda aquele visual do final dos anos 50.

Foram horas agradáveis que terminaram quando o embarque dos passageiros começou e o navio deixou de ser somente ‘nosso’. A funcionária (uma brasileira e que iria ficar a bordo até a temporada na America do Sul), muito solicita e com razoavel conhecimento do passado do navio, nos acompanhou até o terminal, aonde nos deu brochuras da temporada que começava e da temporada sul-americana.
Lá, na cidade onde também foi construído, servirá como hotel, museu e centro de convenções. 
Eu voltaria a ver o Rembrandt mais umas duas ou tres vezes mas mais ao longe. Fiquei contente que a idéia de chama-lo Big Red Boat IV não tivesse ido adiante e que ele continuasse igual ao que tinha sido por tantos anos.
A Premier acabou, o Rembrandt foi vendido e rebatizado Rotterdam em 2004. Desde então uma saga de destinos e reformas se passou mas já há algum tempo o navio voltou para casa e é em Rotterdam que eu espero ve-lo em breve e desta vez passar umas noites a bordo do que é o mais interessante hotel da cidade. De momento o hotel ocupa somente algumas cabines e um dos bares. Em breve deve dar aos hóspedes acesso a alguns dos salões. Quando isto ocorrer, será tempo de revisitar esta lenda em forma de navio."
Para sua nova função, ganhou de volta suas cores originais de 1959. 
Hoje, em Rotterdam, o Rotterdam é utilizado como navio hotel e contro de convenções, assim como o Queen Mary em Long Beach, EUA, e até não muito tempo o Augustus em Manilla, nas Filipinas. No site oficial do hotel, é possível encontrar mais informações. É de ressaltar porém, que só alguns dos ambientes do navio estão abertos a visitação pública. De qualquer forma, para quem quer realmente conhecer o navio, é oferecido um tour que promete levar a todos os cantos do navio - mesmo os não acessíveis normalmente. Este pode ser comprado pelo site também, onde é descritoTexto (©) Copyright Daniel Capella e Sérgio Oliveira. Imagens (©) Copyright Holland America Line, Rhoderik Jones, Silvio Roberto Smera, Edson Lucas, Emerson Franco Rocha (estas três últimas retiradas da coluna Recordar, do site Portogente), Premier Cruises e Cees de Bijl.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Estreia do Sea Spirit e Costa Mediterranea


O Porto de Lisboa recebeu uma dupla de cruzeiros a estreia do pequeno Sea Spirit da operadora Quark Expeditions e o Costa Mediterranea da companhia italiana Costa Cruises.
 O pequeno Sea Spirit está em viagem posicional sem passageiros e vai ficar na capital até ao dia 2 de Julho para rumar a norte da Europa. O Sea Spirit era o antigo navio da extinta companhia americana "Cruise West".
 O Costa Mediterranea está no seu cruzeiro pelo Mediterraneo, com procedência do porto de Cadiz e rumou ao fim da tarde ao porto de Valência.
  Texto e imagens com direitos reservados; Rui Agostinho, Lisboa.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Novidades desde os estaleiros:


STX France se prepara para lançamento do Europa 2

O estaleiro francês de St. Nazaire, Chantiers de l'Atlantique, ou simplesmente STX France se prepara para lanças o mais novo navio da Hapag-Lloyd Cruises, o Europa 2. O navio, que deverá entrar em serviço em Maio de 2013 já tem quase todas os seus 25 blocos posicionados, e será lançado a água assim que as últimas peças forem posicionadas. Sua construção que começou em Março do corrente ano, então, continuará fora da doca seca. Veja mais sobre o navio, que terá 40 mil toneladas, e capacidade para aproximadamente 500 passageiros, nesse link.

Seven Seas Navigator deixará frota caso Regent Seven Seas confirme novo navio
A Regent Seven Seas Cruises (RSSC), como já noticiados por nós antes (clique para ver), pretende construir um novo navio para sua frota, que atualmente é comporta de três navios, o Seven Seas Mariner, o Seven Seas Voyager e o Seven Seas Navigator. Caso a construção se confirme, a companhia informou que não pretende continuar operando o seu menor navio, o Seven Seas Navigator. A RSSC tem planos para construir um novo navio, de tamanho não muito maior aos seus atuais, e com entrega em 2015, o estaleiro que está mais próximo da ordem é o STX France. Quanto ao Seven Seas Navigator, deverá ser vendido ou  fretado, por um simples motivo: a companhia quer manter sua capacidade de passageiros semelhante a atual.

Saga Cruises confirma intenção de construir um navio para seu segmento de cruzeiros
Saga Sapphire
A subdivisão de cruzeiros da Saga Holidays confirmou suas intenções de construir um novo navio, disse um diretor da empresa. O principal motivo para a decisão é o aumento de 15% ao ano do negócio da companhia, e o alto custo para a reforma de navios mais antigos, como o Saga Sapphire, que foi o último a entrar em operação pela companhia. Na reforma do navio, foram gastas 28 milhões de Libras Esterlinas, 4 milhões a mais do que o inicialmente previsto. No caso do Saga Ruby, o diretor afirma que a companhia gastou mais com a reforma do que para adquirir o navio, que foi construído em 1973 como Vistafjord. Ademas, um navio novo teria uma vida útil maior, e poderia trazer inovações, e tecnologias, como as de economia de combustível, não encontradas nos navios mais antigos.

Celebrity Reflection; último navio da classe Solstice será lançado em Agosto
Celebrity Reflection
O último navio da classe Solstice da Celebrity, iniciada com o navio homônimo em 2008, será lançado em Agosto, no Meyer Werft, em Papenburg, Alemanha. Sua viagem inaugural deverá acontecer em Outubro, quando, no dia 12, o Celebrity Reflection começará a navegar comercialmente pela Europa. Com 126 mil toneladas, além de o último, é o quinto navio da classe Solstice, com capacidade para 3,030 passageiros em ocupação dupla. Após sua entrega, o grupo Royal Caribbean só terá em encomenda um navio, o primeiro da classe Solstice, que deverá começar a ser construído nesse mesmo estaleiro em breve (ainda há um navio para a TUI Cruises, encomendado pela joint-venture Royal-TUI Ag ao STX Finland). Para ver mais detalhes do Reflection clique aqui.Texto (©) Copyright Daniel Capella./Imagens (©) Copyright Bernard Biger (MeretMarine), Ian Boyle, Saga e Meyer Werft.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Svedka Ice Bar a bordo Norwegian Epic

A Norwegian não poderia ficar de fora dessa experiência e, em 2010, fez uma parceria com Svedka e lançou o primeiro bar de gelo a alto mar e a bordo do mais recente navio da frota o Nowegian Epic.


O Svedka Ice Bar é inspirado em bares de gelo e hotéis da Escandinávia, com luzes LED simulando as magníficas auroras boreais, ou Northern Lights.


O bar de gelo foi construído usando 7,2 mil litros de água nas paredes, mesas, banquinhos, copos e esculturas de gelo.  São oferecidos na entrada do bar luvas , um casaco polar e também os tickets para as bebidas em copos de gelo, para aguentar os -15º a -17º negativos e tentar aguentar o frio.


Sem dúvida é uma experiência que nunca se pensava ver a bordo dum cruzeiro, mas a bordo do Norwegian Epic tudo é possivel.


O bar oferece 6 drinks diferentes, dois do quais são incluídos :
  • Polaris: SVEDKA Citron, Inniskillin (vinho de gelo), e soda lima-limão
  • Cobalt Blue: Inniskillin (vinho de gelo), SVEDKA vodka e Blue Curaçao;
  • Nordic Apple Juice: SVEDKA vodka, Sour Apple Schnapps, Midori e com uma pitada  azeda
  • Caribbean Dreams: SVEDKA Citron, Triple Sec e sumo de limão;
  • Sunburst Yellow: SVEDKA vodka, licor de pêssego e sumo de laranja;
  • Northern Lights: SVEDKA Citron, Cointreau e Blue Curacao.
Imagens e texto com direitos reservados; Sergio Ferreira-Funchal.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Lugre-escuna polaco ISKRA no Funchal


O lugre-escuna polaco ISKRA está fundeado no Funchal. Chegou hoje ORP "Iskra" II é o sucessor e à continuação das tradições marítimas de seu antecessor ORP "Iskra".



Sua tarefa é a formação de cadetes da primeira vindima da Academia Naval e alunos da Universidade de MWde Westerplatte em Gdynia  e os futuros oficiais da marinha poloca. Durante a curta vida levou 20 viagens ao exterior, e muitos nacional de formação de cadetes a bordo.


Estes cruzeiros plenamente confirmada a aptidão dos indivíduos para conduzir a prática de candidatos a oficiais e oficiais MW mandado. "Iskra" desde 1987 participa dos eventos anuais de vela internacionais  incluído "Os navios Cutty Sark regatas", popularmente conhecido como" Operação Vela ".

DADOS TÉCNICOS 
Comprimento max. - 48,4 m 
comprimento do casco - 42,7 m
altura máxima. - 33,5 m de largura - 8,0 m
Calado - 3,8 m
tonelagem - 299 TAB
área de vela - 958 m 2
motor - 310 HP, Diesel -
Ano de construção - 1982 nos estaleiros Gdansk Shipyard
Texto e imagens com direitos reservados; Sergio Ferreira-Funchal.


domingo, 24 de junho de 2012

Regata de barcos rabelos no Douro.


É um espectáculo de rara beleza ver esta bela frota junta de barcos rabelos ainda no activo no rio Douro na bela cidade do Porto.

Um acontecimento nacional que tem como pano de fundo o Rio Douro, o Porto, e a tradição do transporte do vinho do Porto desde os tempos primórdios até as caves.
 Imagens e texto com direitos reservados; Jose Modesto-Porto.

sábado, 23 de junho de 2012

Cirque Dreams & Dinner a bordo do NCL Epic


Está na hora de conhecer mais sobre o Cirque Dreams & Dinner, uma opção de entretenimento e jantar do Norwegian Epic.

 Em uma mistura de gastronomia, circo e arte, o Cirque Dreams & Dinner é uma experiência única. A parceria com o Norwegian Epic começou em 2010, e já foi reconhecida globalmente.
 O show recebeu o prêmio Magellan que honra os melhores da indústria de viagem em 2010.
Na sala de espectáculos Tent Spiegel tem oportunidade de ver o Circo Show e Jantar ao mesmo tempo que é parte dum evento de circo e parte Moulin Rouge.


 Cirque Dreams & Dinner fornece uma variedade estonteante de acrobacias, canto, comédia, especialidade atos do talentoso e incrivelmente flexível trupe Cirque Dreams. E adivinhe o jantar também está incluído com este show surpreendente no qual praticamente esquecemos da comida.

 Por isso NCL Epic é um navio para várias actividades e espectáculos únicos a bordo dum navio de cruzeiros . .
Dentro de alguns dias vamos mostar mais áreas deste gigante navio de cruzeiros, desde os seus inovadores quartos, o único Ice Bar que existe a bordo dum cruzeiro, entre outras zonas como por exemplo a ponte de comando do navio. Imagens e texto com direitos reservados; Sergio Ferreira-Funchal